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UGT Press - 0303 - Olimpíada e mensalão

Nº 0303 - 07 DE AGOSTO DE 2012

OLIMPÍADA: poucos e abnegados atletas estão sendo responsáveis por algumas importantes medalhas. O judô, isoladamente, ganhou quatro delas, provando ser, de longe, o grupo mais organizado do Brasil e que se fez sozinho, praticamente sem ajuda governamental. A grande surpresa foi na ginástica masculina, com o ouro de Arthur N. Zanetti, um jovem ginasta de 22 anos, que paga suas mensalidades num clube particular de São Caetano do Sul (a Sadia só o patrocina há dois meses). Contudo, infelizmente o Brasil é superado por competidores individuais: até hoje, cinco ou seis atletas estão à nossa frente! Claro, ainda não acabou, mas as perspectivas de algumas medalhas individuais já estão no fim (o Box pode trazer alguma surpresa), restando alguma possibilidade para as equipes coletivas (futebol e volei). Não esquecer que o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes, orçamentos mais do que suficientes e muito dinheiro proveniente das loterias. Ou seja, o que falta é capacidade, competência, planejamento em longo prazo, boa vontade e um pouco de investimento.

MENSALÃO I: O processo em si e o julgamento dos faltosos, a rigor, não resolvem qualquer problema. Não haverá punição, mesmo que com condenações. O que sobra, sempre, é o poder destrutivo produzido pelo vazio moral constatado pela população, aquela sensação de que o país não tem jeito, que a política é praticada somente por malandros e que votar é um desperdício de tempo. Nada é pior do que isso. Conviver com essa impunidade, que, afinal, não só é da área política, mas também de outros setores e atividades. Há um efeito devastador neste tipo de situação: a democracia, como sistema político, é corroída em seus princípios e objetivos.

CORRUPÇÃO: O sistema político brasileiro facilita a existência de "caixa dois", o abuso do poder econômico e o deslavado hábito das piores práticas partidárias. Nem um mísero vereador é eleito sem gastos astronômicos, mesmo nas pequenas cidades do país. Quem se elege desta forma, infelizmente a maioria, exerce um mandato com comprometimentos pontuais, a maioria com empresas fornecedoras do poder público. Como a menor taxa de corrupção está nas construções habitacionais (em torno de 40%), imagina-se o quanto temos de custo político em outros tipos de obras, especialmente as grandes como rodovias, metrôs e outras grandes construções.

MENSALÃO II: Alguns analistas estão opinando sobre os efeitos do "mensalão" e entre as conclusões estão: a) que o Partido dos Trabalhadores perdeu a bandeira da ética; b) que em relação ao partido, nos últimos sete anos, há um "antes" e um "depois do mensalão", quando todos os partidos viraram "farinha do mesmo saco"; c) Lula sobreviveu ao escândalo, se reelegeu presidente da República, fez a sucessora e tornou-se o maior cabo eleitoral do país; d) o PT saiu da esquerda indo para o centro do espectro político: e) a militância do PT, sem dúvida a mais eficiente do Brasil, encolheu-se inicialmente, mas hoje se posta claramente a favor de José Dirceu, cada vez mais influente internamente; e) o prestígio de Lula como presidente manteve o PT viável; f) o julgamento não deve modificar esse quadro, só prejudicado se a situação econômica se deteriorar e o PT perder as eleições.

ROBERTO JEFFERSON: o estopim do "caso Mensalão" foi o deputado Roberto Jefferson, que acumulou diferenças com José Dirceu. Começou pelo acordo nas eleições, quando, tudo indica, não houve o adequado cumprimento, somado à existência de uma filmagem para lá de constrangedora de um diretor dos Correios, nomeado por Jefferson. Roberto Jefferson subiu à tribuna da Câmara Federal e denunciou o esquema. Sabia o que estava fazendo, pulverizou José Dirceu e manteve ileso o presidente Lula. Semana passada, na sua última entrevista, ele se fez de bom moço e disse: "Salvei o país de José Dirceu".

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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 07/08/2012
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