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UGT Press - Bons tempos, maus tempos

Nº 0440 - 30 de março de 2015

BONS TEMPOS: se não nos enganamos (não há registro), foi o experiente publicitário e homem de televisão Mauro Salles que, certa vez, ao falar sobre os estranhos conceitos e julgamentos dos brasileiros, saiu com essa: “No Brasil, se um político pega 10% de comissão (a palavra propina ainda era pouco usada), está nos conformes. Mas, se pega 15%, é ladrão!" Diante dessa afirmativa, ao olhar a dinheirama que escapa pelo ralo da corrupção, todos são ladrões. Um antigo prefeito de uma cidade paulista era chamado pelos empreiteiros de “quinzinho” porque subira o percentual de “comissão” de 10 para 15%. É bem provável que essa prática nociva de pagar porcentagens sobre o faturamento de obras públicas tenha começado timidamente. Primeiro, alguns presentes. Depois, baixos percentuais, que foram subindo à medida que aumentou a voragem arrecadadora dos políticos. Subiu ainda mais à proporção que aumentaram os participantes do festim. O butim é cada vez mais socializado entre os comparsas de uma verdadeira cadeia produtiva de corrupção. Aqui mesmo, no UGTpress, baseado em depoimento de gente do ramo, escrevemos que a construção de casas populares tem o menor índice de corrupção do Brasil, mas chega aproximadamente a 40%, quatro vezes mais do que parâmetro registrado na piada de Mauro Salles. Em comparação com os tempos atuais, embora igualmente desonestos e condenáveis, aqueles eram bons tempos.

CORRUPTORES: outro conceito bastante vago e bem útil àqueles que pagam propinas é o acobertamento dos corruptores. No Brasil, desde sempre, os corruptores são protegidos. É difícil ver os nomes deles estampados em jornais e revistas, só quando a coisa é muito cabeluda e não há formas de disfarçar. É o caso agora das empreiteiras que trabalham para a Petrobrás. Mesmo assim, alguns dos acusados utilizam a palavra “extorsão” para alegarem a impossibilidade de fugir ao esquema de ilegalidades. Ninguém acredita que elas vão pagar qualquer conta. Quando muito uma delação premiada do que já foi revelado, sem maiores consequências e, talvez, um pagamento simbólico ao erário. Acredita-se, pelo que vislumbramos da possível devolução de recursos, que nem mesmo míseros 5% do total surrupiado chegarão aos cofres públicos. A maior devolução, até agora concretizada, será de quem recebia meio por cento, um bagrinho sem a mínima importância na cadeia produtiva de corrupção. A simples prisão de alguns diretores de grandes empresas já é um progresso e tanto, embora, repetimos, não se acredite que as consequências irão além disso.

FORNECEDORES: naturalmente, este grande escândalo está escondendo as demais mazelas da administração pública brasileira, entre elas a má qualidade dos serviços e produtos colocados pelos fornecedores em geral. Obras enterradas, por exemplo, estão merecendo uma investigação detalhada. Nas prefeituras, a textura do asfalto e as polegadas dos canos, dificilmente atendem às especificações das licitações. Por outro lado, as demãos de tinta aplicada, a qualidade e a quantidade do material entregue, incluindo medicamentos, estão para lá de suspeitas. A fiscalização não funciona e, via de regra, os fiscais e inspetores de obras públicas estão na “folha” das empreiteiras e fornecedores. Serviços pequenos, como fornecimento de seguranças para eventos, merenda escolar, compra de combustível, manutenção de veículos e compra de material de escritório, nada escapa à corrupção. Por quê? Porque a cadeia produtiva de corrupção foi também atingindo os pequenos escalões, permeando as repartições, atingindo até aqueles que se contentavam com as festinhas de fim de ano oferecidas pelos corruptores. Desconfiamos que nem os fogos da virada do ano escapam da desta cadeia maldita.  

OUTRAS ÁREAS DE PREOCUPAÇÃO: além da corrupção, de todos os seus dramáticos desdobramentos, existem muitas outras áreas desprezadas pela administração pública: segurança pública, qualidade na educação, contrabando e receptação. Isso nos leva a afirmar que uma boa administração pública, de alto a baixo, da União aos municípios, é suficiente para fazer o Brasil dar um salto de qualidade em direção ao futuro, exponencial e irreversível, de forma a transformar a Nação num dos pilares do desenvolvimento mundial. Basta boa administração e educação. Não são necessários milagres, embora modernizar e colocar a administração pública brasileira nos eixos seja por si só um grande milagre!

REVOLUÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO: o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, lançou o mote “revolução pela administração”. Ele acredita que melhorar a administração pública brasileira, tornando-a eficiente, certamente é um dos meios para solucionar os mais graves problemas brasileiros.

UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES
SINPEFESP
PRESIDENTE : RICARDO PATAH
Rua Aguiar de Barros, 144 - Bela Vista
01316-020 - São Paulo - SP
ugtpress@terra.com.br

Jornalista: Regina Marilhano Costa - MTB 32-555
Design e Desenvolvimento MagicSite® Internet Solutions
PRESIDENTE: JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES
Sede: Dr. Rafael de Barros, 625 - Paraíso - SP
Cep: 04003-043  - Tronco chave: (11) 3059-0010

Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 30/03/2015
Número de Visitas: 1720

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